Aos religiosos de plantão, peço desculpas pela blasfêmia proferida na imagem acima, mas é essa a impressão que tenho, seja nas próprias igrejas, ou mesmo na televisão, vemos e ouvimos constantemente campanhas e empreitadas em prol do dinheiro. O culto deixou de ser um ato de fé e tornou-se marca do mercado financeiro.
Tenho conhecimento da importância do dízimo e da oferta para a manutenção e para as atividades das igrejas, porém a fé virou mercadoria, objeto de lucro e proveito. As palavras sagradas tornaram-se fonte fácil e rápida de renda. Em cada esquina tem uma igreja a sua espera.
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” (Malaquias 3:10)
As palavras acima são levadas “a ferro e ferro” até demais. Para se ter uma ideia, um estudo de 2009 revelou que igrejas católicas e evangélicas somam lucro mensal de quase 2 bilhões de reais. Três anos depois esse número evidentemente aumentou substancialmente.
Outro bom exemplo é o missionário R.R. Soares e sua Igreja Internacional da Graça, figurinhas carimbadas do horário nobre da TV. De acordo com o site F5, estima-se que R$ 5 milhões sejam desembolsados todo mês por meia horinha na tela da Band. Nove entre dez emissoras de TV exibem algum tipo de conteúdo religioso durante sua programação habitual. É só ligar o aparelho que lá está alguém evangelizando e pedindo sua doação.
Mas esse assunto não é algo novo. Vivemos algo similar, ou de total igualdade, na idade média, com o pagamento de indulgências. Algo mudou? Os cristãos ainda dão a sua contribuição, muitas vezes exagerada, na certeza que estão garantindo o seu “pedaço de terra” no céu. Mas, se há alguma moeda que possa comprar esse espaço celestial com certeza ela não é feita de metal, mas de boas ações.
Grandes e luxuosos templos construídos com essas arrecadações colocam em xeque a moral e todo o fervor religioso desses líderes cristãos e suas respectivas instituições. O maior problema, creio, é o destino de todo esse dinheiro. Para onde, ou quem, vai? Pensemos que a contribuição do fiel é necessária e deve ser respeitada. Assim como em qualquer lugar, ainda existe honestidade nesse meio e a generalização da falta de integridade de todos seria equivocada, bem como acreditar que tudo é revertido em obras de caridade seria ingenuidade. Mas aí vai do senso crítico – e fé – de cada um.
O valor da sua fé eu não sei dizer, mas que ela vale muito eu tenho certeza.
1 comentários:
Não acho ruim que existam várias igrejas em cada esquina, pior seriam ponto de tráfego de drogas, casas de prostituição ou coisa do tipo. Achei sensata sua conclusão, não se pode generalizar. Aliás, se formos fazer uso da Bíblia (como em seu post) nem o julgamento certo ou errado nos caberia. Mas enfim... cada um com sua fé. Como vc bem disse!
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