Desde 2000, devido à aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 3.156, está proibida a propaganda de cigarro em rádio, televisão, jornais e revistas, e o patrocínio de marcas do produto em eventos culturais e esportivos. Ótima notícia! No entanto, propagandas de bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja, continuam a ser exibidas pelos meios de comunicação de massa.
A indústria de bebidas no Brasil fatura mais de R$ 20 bilhões por ano e, segundo análise de 2008, por volta de 1 bilhão de reais/ano são gastos pelo mercado publicitário do ramo. Com uma linguagem atraente e atual, utilizando elementos como a sensualidade das mulheres brasileiras e o futebol, os anúncios sempre estão associados à descontração e divertimento, e passam a mensagem de que as bebidas alcoólicas tornam a vida melhor, ou mais agradável.
O objetivo primordial é ganhar a atenção de jovens em fase de formação de caráter e personalidade. “A publicidade de bebida bate pesado justamente nessa população. E a gente sabe que o adolescente é vulnerável a essa influência. Existe uma crença generalizada de que o álcool é uma substância inócua porque é legal”, alerta o psiquiatra Dartiu Xavier.
Quase metade da população do país não consome álcool, número que soa positivamente se compararmos com países como Alemanha e Inglaterra, onde o consumo passa dos 90%. No outro lado da moeda, isso significa uma grande parcela da população ainda suscetível à conquista das propagandas de bebidas alcoólicas, que, evidentemente, não evidenciam os danos consequentes do seu uso.
De acordo com relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), de 2011, o álcool é responsável por 4% de todas as mortes do mundo. A maior parte delas em pessoas entre 25 e 39 anos. Ele está diretamente atrelado a doenças, como câncer e cirrose, dependência, violência doméstica e acidentes de trânsito, por exemplo. Seu consumo coloca não só em risco a vida de quem as consome como também de outras pessoas.
Depois de mais de 10 anos após a proibição das propagandas de cigarro nos veículos de massa, seu uso foi reduzido praticamente pela metade. Percebemos, então, que a proibição dos anúncios, principalmente na TV, de produtos derivados do álcool, é a solução mais sensata para alguns problemas de saúde pública do Brasil e de danos à vida social de seus usuários, muitos deles adolescentes. Só resta esperar que tal atitude seja tomada sem demora e independentemente do lobby dos magnatas da indústria e da propaganda de bebidas alcoolicas.
Vale ressaltar que atreladas à proibição, campanhas de conscientização e educação familiar também são de extrema importância.
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