![]() |
Imagem extraída do documentário Earthlings e adaptada |
Depois de aparecer na Bulgária exibindo um exuberante casaco de pele, a cantora Lady Gaga reascende a polêmica do uso da pele de animais na moda. Em 2010, a estrela já havia abordado o assunto no programa da apresentadora Ellen DeGeneres: “Eu odeio pele e não as uso.”.
Dois anos depois, durante a passagem da sua turnê pelo país europeu, a cantora tornou-se alvo de críticas de membros da PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), uma das maiores entidade no que diz respeito ao combate de maus tratos contra animais, por causa do uso da peça. Com tom irônico, ela rebateu: “Para aqueles da imprensa que estão escrevendo a respeito da minha pele ser ou não real, por favor, não esqueçam de creditar o designer Hermes. Obrigada!”. Pouco tempo depois, Lady Gaga ainda expôs na sua rede social (LittleMonsters.com) sua opinião sobre o tema, o que acabou gerando ainda mais polêmica e controvérsia.
![]() |
Lady Gaga usa
pele de animal na Bulgária (13/08)
|
Artistas como ela, de grande repercussão e formadores de opinião, devem ter cautela com algumas das suas atitudes. Sou totalmente a favor que possamos fazer e/ou falar o que quisermos, desde que haja ética e que isso não fira a integridade moral e física de ninguém. Além disso, nesse caso, os mesmos devem ter consciência que legiões de pessoas são seus fãs e, usualmente, reproduzem suas atitudes.
Tal burburinho desperta o interesse de falar não exatamente sobre a utilização da pele de animais no mundo fashion, mas das formas de sua obtenção, produção e comercialização nas lojas. Durante minha pesquisa, encontrei, e assisti, evidentemente, o documentário Earthlings (Terráqueos, em inglês). A produção mostra a realidade, de forma nua e crua, das brutalidades as quais os animais são submetidos em benefício do lucro, da ciência e do luxo e vaidade humana.
Ative-me a “Parte Três: Roupas”, que é o que interessa nessa abordagem, e percebi que o animal começa a morrer em vida. Sua sentença de morte foi decretada no seu primeiro dia de existência e até lá sofrerá muita agonia.
A captura, na maioria dos casos, é feita com artifícios dolorosos e impiedosos, e a outra parte já nasce em cativeiro. Todos viverão o resto de suas vidas manuseados sem a mínima prudência e acondicionados em lugares ínfimos, sem direito à socialização – ou vida selvagem -, ao exercício dos seus instintos e, principalmente, à liberdade, levando-os a consequências austeras como a automutilação, problemas mentais e até canibalismo. Quando há necessidade de transporte, o sofrimento continua. Amontoados, padecem de desidratação e subnutrição. Muitos desses não aguentam sequer chegar ao abate, momento mais detestável do alcance do sadismo humano. Geralmente, os métodos mais baratos também são os mais cruéis. Muitos são mortos por eletrocussão, outros têm partes vitais cortadas, quando sangram até o último suspiro de vida, e até esfolados quando ainda vivos são.
![]() |
"Aqui está o resto do seu casaco de pele", campanha da PETA |
No vídeo abaixo, você pode ver uma pequena “demonstração”, de apenas um minuto, de barbaridades cometidas contra animais em prol do comércio de peles na China. As cenas fazem parte do documentário citado anteriormente. AVISO: O conteúdo a seguir contém imagens fortes.
Temos tecnologias suficientemente desenvolvidas para produzir tecidos sintéticos, de alta qualidade e aparência idêntica à realidade. Não somos mais homens da caverna que há milhares de anos usavam pele de animais para se aquecer no frio, o que se fazia necessário para sua sobrevivência. Não temos mais esta necessidade, nem precisamos matá-los apenas para ostentar uma bela e cara peça de moda no armário ou desfilar nossa arrogância como animal supremo e dominante. Assim como nós, seres humanos, os animais nasceram com o direito de viver livre de qualquer atrocidade e nós, seres humanos – novamente – com o dever de manter esse direito íntegro.
0 comentários:
Postar um comentário