No dia 20 desse mês foi inaugurado pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, o Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA) na cidade de Campinas, interior de São Paulo. O centro será responsável por articular uma rede de 25 núcleos de Tecnologia Assistiva distribuídos em 18 estados e no Distrito Federal. Estes estarão atrelados às universidades federais e às unidades de pesquisa do ministério.
O centro faz parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite, lançado em Fevereiro pela presidenta Dilma Rousseff, visando a elaboração de pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias voltados à melhoria de vida e acessibilidade de pessoas com deficiência. Eliezer Pacheco, secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social, do MCTI, torce que o centro e os núcleos trabalhem de forma eficaz para a melhoria de vida das pessoas com diferentes deficiências. “Quando falamos de todos os tipos de deficiência, falamos de locomoção, auditiva, visual, tudo aquilo que em última análise cria limitações ao exercício da cidadania”, relata.
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) será uma das unidades de pesquisa responsáveis pela criação desse tipo de tecnologia. Cada projeto poderá receber entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. Para a implantação do centro e dos núcleos foram liberados R$ 3 milhões do Orçamento da União 2012. Os projetos serão desenvolvidos por pessoas que já são do quadro dos núcleos ou recebem bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) ou da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Tecnologia Assistiva
A Tecnologia Assistiva engloba produtos, recursos, práticas e serviços que facilitam ou ampliam habilidades funcionais de pessoas com deficiência, incapacidades ou com mobilidade reduzida, promovendo, consequentemente, autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social de quem as utiliza.
Além da carência da tecnologia no país, a insuficiência do trabalho governamental na área perpetua o problema. O que se faz não é o bastante para a inclusão total de pessoas com deficiência na sociedade. “Convenhamos que para fazer rebaixamento de calçada e rampas em escadaria não precisa de nenhuma tecnologia, mas a vontade política de fazer”, chama a atenção Eliezer Pacheco. “É necessário que haja uma mudança na cultura dos brasileiros no sentido de entender a democracia como algo muito além do direito de votar e ser votado, mas, por exemplo, tornar acessível todos os espaços a todas as pessoas”.
No mundo, aproximadamente um bilhão de pessoas, ou 15% da população mundial, vivem com alguma forma de deficiência. Aqui no Brasil, de acordo com dados do Censo Populacional do IBGE, de 2010, há 24 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência.
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