Os cartazes do novo filme do diretor
britânico-americano, Chirstopher Nolan, definitivamente, não estavam mentindo,
“The Dark Knight Rises”, foi uma conclusão épica e fechou majestosamente a já
bem sucedida sequencia de filmes do Batman. Com um custo total nada barato, uma
bagatela de 250 milhões de dólares, a última parte da aclamada trilogia foi o
mais caro filme do homem morcego já feito. Assisti o filme a pouco e ainda
estou embasbacado, então peço perdão de ante mão, caso haja algum comentário que
exagere os méritos do filme. E também aviso: as linhas escritas abaixo poderão
conter spoilers.
Por mais que o filme seja sobre ele, o
Batman é só mais um elemento, Nolan nos deu uma dosagem certa dele, o desconstruiu,
e foi além do super, expondo outras faces do personagem, mostrando-nos o Bruce
Wayne que estava por trás da mascara todo esse tempo, com suas angústias, dores
e medos. E o fez com uma profundidade e sensibilidade incríveis e, a meu ver,
ainda inédita, comparando aos seus antecessores. Diferentemente de outros, como
o Super Man, o Batman não possui super poderes oriundos do nada, e nem tampouco
é só um riquinho que herdou a fortuna da família e por diversão sai por aí à
noite combatendo o crime numa armadura bacaninha. Muito além disso, o Nolan,
primeiramente, nos apresenta ao frágil e inexperiente Bruce, que assiste ao
assassinato de seus pais em um beco escuro na perigosa cidade de Gotham, fato
que contribuiu para a construção de sua personalidade introspectiva. A partir
daí, órfão, e tendo apenas o mordomo Alfred como companhia, ele cresce com uma
ideia fixa, combater àqueles que como o assassino de seus pais, infectam as
ruas de sua cidade natal com roubos, assassinatos e corrupção.
As duas primeiras partes da franquia
podem facilmente serem encaixadas na categoria de filmes policiais, ao invés de
super-heróis, e com a terceira não é diferente. Mas nessa, a algo a mais, pois mesclado
a isso, há também um clima apocalíptico -- tema recorrente e enjoativo hoje em
dia -- mas usado na medida certa no filme, deixando-nos com o coração na boca
em certas sequencias, onde o Bane fecha o cerco e isola Gotham (no filme, um
grande centro urbano mundial) do resto do mundo, ameaçando a todos com uma
bomba nuclear que estava em seu poder, implantado um sistema anárquico na
cidade que há mais ou menos sete anos estava pacificada.
Além de um roteiro de tirar o fôlego,
efeitos hipnóticos e milhões investidos, outros aspectos também merecem ser
enaltecidos aqui, como as já brilhantes e conhecidas atuações do Christan Bale
(Bruce Wayne/ Batman), Morgan Freeman (Lucius Fox) e Michael Cane (Alfred), e
também dos novatos (na trilogia, claro), Anne Hathaway e Tom Hardy,
interpretando respectivamente Selina Kyle/ Mulher Gato e Bane.
Muita gente duvidou da Anne no papel
da mulher gato, personagem que já foi dado a Michelle Pfeiffer -- autora da
cruzada de pernas mais famosa do mundo cinematográfico -- e as comparações, por
mais absurdas que fossem, foram inevitáveis. Mas conseguimos esquecer a
Michelle logo nas primeiras sequencias de cenas da nova mulher gato, ela
mostrou que apesar de nunca antes ter interpretado uma personagem com toda essa
sensualidade, é capaz de seduzir e surpreender em cima de um salto alto. Sem
mencionar os comentários sagazes, com doses certas de humor, tornando-a uma das
responsáveis pelos poucos comentários engraçadss do filme; disse “uma das”,
pois o Christian contracenando com ela, algumas vezes, conseguiu responder a
altura, o que ocasionou numa sintonia bacana entre os dois, e formaram uma
daquelas duplas que torcemos o tempo todo para que voltem contracenar. O fato
da pseudo vilã não ter declarado lealdade a ninguém, deixa o final mais
misterioso e aguardado, e quando vem, apesar de um pouco previsível, deixou o
filme com um delicioso “gostinho de quero mais”.
Esse gostinho geralmente vem quando
o diretor sabe a hora de parar, o que sem dúvidas aconteceu com a franquia do
cavaleiro das trevas, a história foi encerrada coerentemente no seu auge,
evitando o desgaste do enredo, personagens e etc. O diretor se esbaldou e usou
sutilmente dos mais diversos elementos que compõe o universo desse que é um dos
super-heróis mais clássicos de hoje em dia, e até o Robin conseguiu espaço na
história, mas não se preocupem, nem quebrem a cabeça para descobrir como ele
entrou, apenas assistam. Varias combinações com os muitos vilões do Batman
poderiam ter sido feitas antes desse desfecho, mas seria um caminho perigoso a
seguir e talvez fossemos privados da oportunidade do final lógico, caso o filme
caísse no mal da repetição (coisa que duvido muito), findando em baixas
bilheterias. Christopher Nolan já deu seu veredito final ao declarar que
aposentaria o Batman após esse filme, porém em suas últimas entrevistas,
mostrou-se muito interessado em fazer um filme solo com uma das personagens que
compõe esse universo, a mulher gato. E claro, após vê-lo cobrir a Anne Hathaway
de elogios, já podemos supor quem a interpretará, então agora, só nos resta
esperar!
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