Com uma área total de mais de 56 mil quilômetros quadrados, indo do úmido e
extenso litoral, ao seco sertão semiárido, passando por centenas de cidades com
os mais peculiares tipos e uma infinidade hábitos comuns a cada local, a Paraíba,
exuberante e diversa, no quesito gastronomia, não perde para nenhum outro estado
do país e quiçá qualquer lugar do mundo, se me permitirem a ousadia. Se bem que, a
culinária do local, possui certa influencia estrangeira, com uma pluralidade de sabores
combinados, forma um cardápio singular.
Fortemente influenciada pelas condições geográficas do estado e também pelos povos que aqui viveram -- os nativos indígenas e os negros -- nossa culinária têm como base os peixes, crustáceos e frutos do mar, no litoral; caprinos e bovinos, no sertão, devido a sua condição climática adversa e escassez de gêneros vegetais; a farinha de mandioca, ingrediente herdado dos indígenas, que tinham o hábito de cultivar essa planta; milho, responsável pelas mais tradicionais comidas do estado; e claro, tudo isso divide espaço com os pratos peculiares trazidos do continente africano pelos negros, que aqui trabalharam no cultivo na cana de açúcar.
Fonte: Diário de Pernambuco/ A vitrine do sabor
Vindos do mangue e facilmente encontrados nos cardápios -- dos restaurantes mais
caros, aos quiosques à beira mar --, o caranguejo é consumido de diversas maneiras
no litoral, sendo o caldinho de caranguejo com leite de coco uma das mais populares
iguarias. Dividindo espaço nos menus paraibanos com esse crustáceo, estão os
camarões e as várias espécies de peixes que povoam nossos mares, servidos fritos,
empanados ou guisados, todos variando de acordo com a criatividade do responsável
pela receita.
Fonte: Museu dos descontos/ Arretado.com
Da mandioca se faz a farinha que é utilizada em vários pratos regionais e ela também
pode ser transformada em tapioca, tradicional no mês de junho, mas que pode ser
encontrada o ano todo, com recheios diversos, que vão do tradicional coco ao
chocolate. Servida cozida, frita, em forma de purê, ou até mesmo bolo, a macaxeira é
alimento indispensável na mesa de um legítimo paraibano, tradicionalmente
acompanhada de carne de sol frita e acebolada, ou mesmo da carne de charque,
também frita. O milho se come assado ou cozido, mas ao triturá-lo e mistura-lo a
outros ingredientes, transforma-se em uma variedade de sobremesas deliciosas,
como o mungunzá, a pamonha, a canjica e o bolo de milho, muito comuns em junho
também, nas festas juninas; da sua farinha se faz o cuscuz, outro campeão de
popularidade, principalmente na primeira refeição do dia, o café da manhã.
Fonte: sãojoaoemcampina.com.br/ Shopping Tacaruna
Nutricionalmente rica, visualmente atrativa e essencialmente diversa, essa é a forma
que a Paraíba se vende para o mundo, seja na culinária, na música, teatro ou em
outras manifestações artísticas. E, parodiando o grande escritor paraibano, Ariano
Suassuna, digo, “não troco a minha ‘tapioca de coco’ pelo ‘pão de queijo’ de ninguém”!
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